Burlas no WhatsApp: o que são e como se proteger

O WhatsApp tem mais de três bilhões de usuários que trocam mais de 140 bilhões de mensagens todos os dias, o que o torna um terreno fértil para cibercriminosos. De pedidos fraudulentos "urgentes" a ofertas de criptomoedas boas demais para serem verdade, as burlas no WhatsApp, também conhecidas como golpes, estão em alta e ficando cada vez mais sofisticadas.

Este guia explica exatamente como funcionam as burlas no WhatsApp, por que elas têm sucesso e as medidas que você pode tomar hoje para evitar ser uma vítima.

O que são burlas no WhatsApp?

As burlas no WhatsApp são mensagens, chamadas ou links fraudulentos enviados pelo aplicativo com um único objetivo: enganar você para que entregue dinheiro, dados pessoais ou acesso à sua conta. Eles variam desde spams óbvios do tipo "Você ganhou!" até estratégias de engenharia social altamente elaboradas que podem enganar até mesmo usuários experientes em tecnologia.

Por que os golpistas têm os usuários de WhatsApp como alvos?

Aqui estão os principais motivos pelos quais o WhatsApp é irresistível para os fraudadores:

1. Grande público, baixo custo, alto retorno: com mais de três bilhões de usuários mensais, o WhatsApp oferece aos criminosos escala e acesso a usuários com diferentes níveis de conhecimento técnico. Um golpista não precisa de uma alta taxa de sucesso para ser lucrativo — mesmo que apenas uma pequena fração dos destinatários caia no golpe, isso pode resultar em milhares de vítimas.
2. Fator de confiança: o WhatsApp foi criado para comunicação pessoal com familiares e amigos, gerando um círculo de confiança implícita. Golpistas exploram essa vulnerabilidade enviando mensagens fingindo ser um ente querido em apuros. Esse contexto pessoal enfraquece as defesas naturais da vítima, tornando-a mais propensa a reagir emocionalmente e a ignorar sinais de alerta que poderia perceber em outros lugares.
3. Anonimato transfronteiriço: a telefonia pela internet, como números de telefone virtuais e mascaramento de chamadas, pode ocultar o número real do golpista, dificultando o trabalho das autoridades.
4. Falsa sensação de segurança proporcionada pela criptografia: golpistas se aproveitam da crença generalizada de que o WhatsApp é completamente seguro. Os usuários podem pensar que a pessoa que os contata deve ser legítima se a comunicação ocorrer em um "aplicativo criptografado”. Porém, os golpistas operam dentro do ambiente criptografado, fazendo do ponto fraco o conteúdo de suas mensagens, e não a transmissão delas.
5. Imediatismo e objetividade da plataforma: ao contrário dos e-mails, que podem parecer formais e são frequentemente filtrados como spam, as mensagens do WhatsApp chegam instantaneamente ao celular do usuário, muitas vezes com uma notificação. Isso cria uma sensação de urgência. Golpistas se aproveitam disso, pressionando as vítimas a tomarem decisões rápidas antes que tenham tempo de pensar.
6. Facilidade de compartilhamento de multimídia e links: golpistas podem facilmente enviar imagens, vídeos e documentos com aparência oficial para tornar suas histórias mais convincentes. Por exemplo, uma oferta de emprego falsa pode vir acompanhada de um PDF de um contrato com aparência realista.

O papel da criptografia de ponta a ponta em golpes

A criptografia de ponta a ponta converte suas mensagens em um código criptografado no seu dispositivo, e somente o dispositivo do destinatário possui a chave exclusiva para decifrá-la. Isso significa que ninguém no meio do processo — nem provedores de internet, nem agências governamentais, nem mesmo o próprio WhatsApp — pode ler suas conversas ou ouvir suas chamadas.

Embora isso seja excelente para proteger suas conversas contra interceptação, essa mesma tecnologia cria um canal seguro para criminosos operarem, protegidos da visualização por parte da plataforma.

Como o conteúdo da sua mensagem é ilegível para qualquer pessoa além de você e do destinatário, a plataforma não pode verificar automaticamente as conversas em busca de links fraudulentos ou textos maliciosos. A responsabilidade pela detecção recai inteiramente sobre o destinatário.

As providências são tomadas apenas depois que uma pessoa vira alvo e decide fazer uma denúncia. Ao denunciar um contato, seu dispositivo encaminha as cinco mensagens mais recentes daquela conversa para uma equipe de moderação para análise. Mesmo assim, os moderadores veem apenas os metadados, e não o conteúdo das mensagens.

Embora esses dados os ajudem a identificar padrões de abuso, eles não têm visibilidade das outras atividades do golpista até que outra denúncia seja feita. Esse modelo reativo significa que os criminosos podem continuar agindo até serem sinalizados.

Principais objetivos por trás das burlas no WhatsApp

1. Roubo financeiro

Este é o objetivo mais direto, frequentemente alcançado por meio de golpes de falsificação de identidade. Um criminoso que se passa por um membro da família em uma emergência, por exemplo, cria uma sensação de urgência para evitar o raciocínio crítico. Eles também podem usar golpes românticos, construindo um relacionamento ao longo de semanas antes de fabricar uma crise que exige assistência financeira. Os métodos são projetados para explorar a emoção em busca de um pagamento rápido.

2. Apropriação de conta

Uma conta roubada do WhatsApp é valiosa porque pode ser usada para aplicar golpes em toda a lista de contatos da vítima, com um alto grau de confiança. Criminosos também vendem credenciais de contas em marketplaces na dark web, onde outros fraudadores as compram para seus próprios esquemas.

3. Roubo de identidade

Golpistas costumam induzir você a compartilhar documentos confidenciais, como passaportes digitalizados, carteiras de motorista ou selfies segurando seu documento de identidade, sob o pretexto de "verificação" ou "construção de confiança". É um método popular com golpes de ofertas de trabalho e empregadores falsos.

Essas informações são usadas para crimes sofisticados, como abrir contas bancárias ou linhas de crédito em seu nome, solicitar benefícios governamentais ou criar contas verificadas em corretoras de criptomoedas para lavagem de dinheiro. Esse tipo de fraude via WhatsApp pode ser difícil de detectar e prejudicar sua reputação e situação financeira por anos.

4. Distribuição de malware

Golpistas usam o compartilhamento de arquivos e links do WhatsApp para enviar malware diretamente ao seu dispositivo. O objetivo é comprometer totalmente os seus dados. Táticas comuns incluem:

• Arquivos APK maliciosos ou "atualizações” enviados como anexos do "Reprodutor de Vídeo do WhatsApp” ou do "Visualizador de Documentos”. Ao clicar no link de download, instala-se um spyware que registra as teclas digitadas ou rouba arquivos.
• Arquivos maliciosos disfarçados de faturas em PDF, arquivos de imagem ou notas de voz. Uma vez abertos, eles podem executar códigos maliciosos em seu dispositivo.
• QR codes compartilhados em conversas que, quando escaneados, redirecionam você para sites maliciosos que podem baixar malware no seu dispositivo ou roubar seus dados.

5. Coleta de contatos

Antes de aplicar um golpe, os criminosos precisam de uma lista de alvos potenciais. Um dos objetivos de um ataque inicial pode ser simplesmente coletar toda a lista de contatos de um usuário do WhatsApp. Enganando alguém para que instale um aplicativo malicioso ou acesse um site falso, o golpista pode obter os números de telefone de seus amigos, familiares e colegas. Isso fornece uma lista atualizada e verificada de números para golpes futuros.

6. Disseminação de desinformação

Às vezes, o objetivo não é roubar dinheiro ou dados, mas disseminar informações falsas ou enganosas. Um criminoso ou um agente patrocinado por um Estado pode assumir o controle de contas ou usar bots automatizados para disseminar propaganda, notícias falsas ou narrativas de manipulação de mercado para um público enorme. Em uma plataforma como o WhatsApp, onde as informações são frequentemente compartilhadas entre contatos de confiança, a desinformação pode se espalhar rapidamente.

Como os golpistas se adaptam às tendências

Os golpistas são oportunistas e atualizam constantemente suas táticas para refletir eventos atuais, tendências e avanços tecnológicos. Seu objetivo é criar esquemas que pareçam relevantes e urgentes, aumentando a probabilidade da vítima cair na armadilha. Essa adaptação geralmente ocorre de duas maneiras principais: mudando a história e alterando o método.

Adaptando a história

A narrativa de um golpe geralmente está diretamente ligada a manchetes importantes, momentos culturais ou condições econômicas:

• Newsjacking: quando um assunto domina as notícias, os golpes surgem em seguida. Uma alta no mercado de criptomoedas leva a um aumento nos "esquemas de investimento em criptomoedas”. Uma grande eleição política desencadeia ondas de campanhas de desinformação e pedidos fraudulentos de doações.
• Lançamentos tecnológicos: o lançamento de um produto muito aguardado, como um novo iPhone, é uma oportunidade previsível para criminosos enviarem links de sorteios falsos e pesquisas fraudulentas, com o objetivo de coletar dados pessoais de consumidores entusiasmados.
• Estresse econômico: em períodos de alto desemprego, há um aumento correspondente em golpes de empregos falsos. Essas ofertas prometem trabalho remoto fácil e bem remunerado para explorar pessoas financeiramente vulneráveis.
• Eventos globais e sazonais: golpistas aproveitam eventos como as Olimpíadas ou a Black Friday para criar ofertas falsas de ingressos, pacotes de viagem e promoções de varejo. Da mesma forma, a época de declaração do imposto de renda leva criminosos a se passarem por funcionários da Receita Federal para extorquir dinheiro.
• Fraudes com desastres: quando ocorre um desastre natural, sites de caridade falsos e links para doações surgem quase imediatamente, explorando a boa vontade do público para desviar fundos destinados às vítimas legítimas.

Adaptando o método

Além de atualizarem suas narrativas, os criminosos incorporam novas ferramentas para tornar seus golpes mais convincentes.

Um bom exemplo é a adoção de inteligência artificial (IA). Golpistas agora podem usar IA para gerar fotos e vídeos extremamente realistas, porém falsos (deepfakes), ou para escrever mensagens mais persuasivas e sem erros.

Eles podem até criar "clones de voz" a partir de pequenos trechos de áudio encontrados online. Isso permite que enviem uma mensagem de voz pelo WhatsApp que soa exatamente como a de um familiar da vítima, tornando os golpes de falsificação de identidade muito mais difíceis de detectar.

Tipos comuns de burlas no WhatsApp

Abaixo estão 15 dos golpes mais comuns no WhatsApp. Aprenda a identificá-los para detectar o próximo golpe antes que ele aconteça.

1. Golpes de código de verificação

Você recebe um SMS ou uma notificação no aplicativo: "Seu código do WhatsApp é 827-449. Não compartilhe com ninguém”. Imediatamente depois, um "amigo” envia uma mensagem: "Enviei meu código para seu celular por engano. Pode me dizer qual é?” Compartilhar esse código permite que o invasor registre seu WhatsApp em um novo dispositivo e bloqueie seu acesso em uma tomada de conta instantânea.

🚩Sinais de alerta

• SMS de verificação não solicitado
• Solicitação urgente do código de seis dígitos

2. Golpes de investimento em criptomoedas

Um desconhecido afirma ter obtido um "lucro de 10 vezes" negociando Bitcoin em uma nova plataforma e se oferece para "orientá-lo". Ele direciona as vítimas para o Telegram ou sites suspeitos e desaparece assim que você transfere fundos para ele.

🚩Sinais de alerta

• Promessa de "retorno garantido”
• Pressão para agir rápido ou perder a oportunidade
• Solicitações para transferir a conversa para fora do WhatsApp

3. Golpes românticos e de catfishing

Golpistas costumam construir relacionamentos de semanas com as vítimas no WhatsApp, criando confiança antes de inventar uma crise: por exemplo, "Minha carteira foi roubada; você pode transferir R$ 1.500 para que eu possa voltar para casa de avião?”

Essa fase de aliciamento visa diminuir as defesas da vítima através da criação de uma profunda e artificial sensação de confiança e intimidade. Isso faz com que o eventual pedido de dinheiro pareça uma ajuda a um parceiro real em uma crise, em vez de uma transação com um estranho.

Uma variação mais sinistra adiciona uma camada de extorsão sexual: o golpista direciona a conversa para fotos íntimas ou videochamadas. Em seguida, ameaça compartilhar o material comprometedor com seus contatos, a menos que você pague, geralmente em criptomoedas difíceis de rastrear.

🚩Sinais de alerta

• Recusa em fazer videochamadas ou encontros presenciais
• Pedidos financeiros apresentados como emergências
• Um novo contato que rapidamente direciona a conversa para um rumo sexual

4. Golpes de falsificação de identidade ("mãe e pai”)

Um exemplo desse tipo de golpe é uma mensagem como "Oi, mãe! Deixei meu celular cair. Este é meu novo número. Você pode me mandar o dinheiro do aluguel hoje?” O criminoso conta com o pânico dos pais para superar o ceticismo.

🚩Sinais de alerta

• Novo número alegando ser de um parente próximo
• Solicito transferência bancária urgente ou cartões presente
• Desculpas para justificar por que não podem fazer ligações ao vivo

5. Mensagens falsas sobre loterias e sorteios

A mensagem diz algo como: "Você ganhou um cartão presente da Amazon de R$ 1.000! Clique para resgatar”. O link leva para um site de phishing que coleta dados pessoais e de cartão de crédito.

🚩Sinais de alerta

• Você nunca participou do concurso
• URL repleto de caracteres aleatórios
• Taxa de processamento antecipada para liberar o prêmio

6. Golpes com cartões presente e cupons

As imagens encaminhadas prometem vales-presente generosos em troca do preenchimento de uma breve pesquisa, mas o formulário coleta seu e-mail, data de nascimento e número de telefone para futuras tentativas de spam ou roubo de identidade.

🚩Sinais de alerta

• É necessário compartilhar com "20 contatos” para desbloquear
• O nome de domínio contém erros ortográficos em relação à marca real
• Cronômetro regressivo que pressiona por ação imediata

7. QR code e links de malware

Golpistas enviam QR codes que, quando escaneados, podem abrir sites maliciosos ou baixar automaticamente spyware no seu celular. Um único toque também pode conceder ao invasor amplas permissões no dispositivo. Por exemplo, alguns QR codes são projetados para vincular o dispositivo do golpista à sua sessão do WhatsApp Web, o que é conhecido como sequestro de sessão ou "QRLJacking", dando a ele uma visão em tempo real das suas mensagens recebidas e enviadas.

🚩Sinais de alerta

• QR code descontextualizado
• O remetente solicita que você escaneie imediatamente
• O navegador avisa: "O arquivo pode ser prejudicial”

8. Golpes de número errado

Um estranho educado inicia uma conversa informal: "Desculpe, é a Rachel? Me enganei!”, e então, aos poucos, direciona você para "conselhos" sobre criptomoedas ou golpes românticos. Essa técnica é o início de uma tática às vezes chamada de "abate do porco”. O termo se refere ao processo do golpista de "engordar" a vítima com semanas de conversa amigável e construção de confiança antes de convencê-la a cair no golpe.

🚩Sinais de alerta

• Elogios e rápida construção de confiança
• Promessas de renda extra ou dicas de investimento
• Relutância em responder a perguntas pessoais diretas

9. Ataques de encaminhamento de chamadas

Você recebe uma mensagem que tenta enganá-lo para que disque um código como *21número-de-telefone***. Mas, ao fazer isso, todas as chamadas (incluindo as de verificação do WhatsApp) são encaminhadas para o golpista, que então assume o controle da sua conta.

🚩Sinais de alerta

• Instruções para discar códigos de serviço obscuros
• Alegações de que são para "participação em concursos” ou "recuperação de conta do WhatsApp”

10. Golpes de ofertas de emprego e empregadores falsos

As vítimas recebem mensagens sobre trabalhos freelance fáceis, como "R$ 200 por dia só para curtir vídeos", por exemplo. É exigida uma pequena "taxa de treinamento" inicial ou um depósito em criptomoedas, mas após o pagamento o recrutador desaparece.

🚩Sinais de alerta

• Remuneração irrealista por um trabalho mínimo
• Cobranças antecipadas ou solicitações de documentos de identificação
• Endereços do Gmail ou de e-mails gratuitos, e não domínios corporativos

11. Fraudes relacionadas ao WhatsApp Gold e à atualização do aplicativo

O WhatsApp é sempre gratuito nas lojas de aplicativos oficiais; não existe uma versão paga ou "premium". No entanto, golpistas divulgam mensagens virais prometendo "WhatsApp Gold" ou "atualizações" exclusivas do aplicativo com temas, figurinhas ou recursos extras.

Eles costumam distribuir essas mensagens por meio de sequências de e-mail encaminhadas, contendo um link para baixar um arquivo APK ou IPA. A instalação desse arquivo pode liberar adware que sequestra seu navegador, malware que rouba credenciais e captura seus logins, ou spyware que transforma seu telefone em um dispositivo de monitoramento.

🚩Sinais de alerta

• Alegações de recursos "premium” secretos ou atualizações de acesso antecipado
• Instruções para encaminhar a mensagem para vários contatos para desbloquear o download
• URL não proveniente da Google Play Store ou da Apple App Store, onde o WhatsApp real está hospedado

12. Pedidos falsos de doações para instituições de caridade

Após desastres naturais, golpistas se fazem passar por grupos de ajuda humanitária, compartilhando imagens comoventes e pedindo doações via PayPal ou criptomoedas. É claro que, se você fizer uma doação, o dinheiro irá diretamente para o golpista, e não para as vítimas do desastre.

🚩Sinais de alerta

• Apelos emocionais e urgência ("As famílias precisam de comida esta noite!”)
• Carteiras pessoais, em vez de sites de ONGs
• Sem número de registro ou recibos verificáveis

13. Golpes de pesquisas e recompensas

Em golpes de pesquisas e recompensas, você recebe uma mensagem no WhatsApp dizendo algo como: "Parabéns! Você foi selecionado para uma pesquisa rápida de 3 perguntas e tem a chance de ganhar um iPad!”. O link leva para um formulário com perguntas básicas (idade, e-mail, número de telefone) antes de afirmar que você ganhou um prêmio.

Para "liberá-lo”, geralmente pedem que você pague uma pequena taxa de envio ou processamento por meio de cartão presente, recarga de celular ou criptomoeda. Nos bastidores, suas respostas alimentam quadrilhas de fraude e seu pagamento desaparece sem que o iPad seja entregue.

🚩Sinais de alerta

• Marca genérica ("Pesquisa de Mercado Global”)
• Encaminhamento obrigatório para contatos
• Custos de envio para prêmios "gratuitos”

14. Golpes de confirmação de pedidos em e-commerce

Uma mensagem alega que seu pedido recente na Amazon (que você nunca fez) foi enviado, com um link para "revisar ou cancelar". Ao clicar, você é redirecionado para uma página de login falsa que coleta suas credenciais da Amazon.

🚩Sinais de alerta

• Números de referência que não correspondem a nenhum pedido real
• O endereço do remetente não é a conta comercial verificada
• URL contém o nome errado do varejista

15. Golpes de suporte técnico

Uma mensagem, geralmente com um logotipo falso do WhatsApp ou Meta, alega haver um problema com sua conta (por exemplo, "atividade suspeita detectada" ou "sua versão está desatualizada"). Ela instrui você a clicar em um link para verificar sua identidade ou atualizar o aplicativo para evitar a suspensão da conta. O link leva para uma página de phishing que visa roubar suas credenciais de login.

🚩Sinais de alerta

• Alega ser do suporte oficial do WhatsApp (eles raramente contatam os usuários diretamente dessa forma)
• Ameaça de suspensão ou exclusão da conta
• Solicita sua senha ou código de verificação para "proteger” sua conta

Como se proteger de burlas no WhatsApp

Para se manter seguro no WhatsApp, é preciso estar atento, usar configurações de privacidade inteligentes e adotar bons hábitos de segurança digital. Use a lista abaixo para evitar as brechas mais exploradas por golpistas.

1. Reconheça os sinais de alerta

• Mensagem de solicitação urgente: qualquer coisa que pressione você a agir "agora mesmo” (pagar, clicar, compartilhar um código) é quase sempre engenharia social.
• Oferta boa demais para ser verdade: Celulares grátis, lucros garantidos com criptomoedas, enriquecimento instantâneo com empregos ou salários muito acima da média para a função; grandes promessas, nenhuma comprovação.
• Erros de ortografia ou gramática: marcas profissionais raramente enviam textos mal elaborados. Dito isso, com a prevalência de plataformas de IA de fácil acesso, erros de ortografia e gramática já não são tão indicativos de golpes como costumavam ser.
• Métodos de pagamento incomuns: cuidado com cartões presente, criptomoedas e transferências do PayPal tipo "amigos e família"; todas essas transações são irreversíveis após o envio.
• Pedidos para migrar a conversa para fora do WhatsApp: golpistas preferem canais não moderados, como SMS, depois de fisgarem suas vítimas.
• Recusa em conversar ao vivo: se um contato que afirma ser alguém que você conhece sempre dá desculpas para não atender a uma ligação ou fazer uma videochamada rápida, isso é um sinal de alerta enorme. Isso também é comum em golpes românticos  de catfishing, onde uma conversa ao vivo provavelmente revelaria a fraude.

2. Sempre verifique o remetente

Existem algumas maneiras rápidas e imediatas de verificar:

• Ligue ou faça uma videochamada para um contato conhecido usando o número antigo antes de confiar em uma mensagem de "novo telefone”.
• Faça uma busca reversa de imagens de fotos de perfil de números desconhecidos para verificar se elas aparecem em sites de banco de imagens ou perfis de namoro. Mas lembre-se: avatares e imagens de perfil gerados por IA podem ser completamente novos, então use essa ferramenta em conjunto com outras verificações.
• Verifique o selo comercial do perfil. Empresas legítimas usam o selo verde de verificação do WhatsApp.

3. Nunca compartilhe dados pessoais ou financeiros

Trate o WhatsApp como um cartão postal: se você não imprimiria uma informação na parte frontal, não a digite na conversa. Golpistas costumam começar com pedidos simples, como datas de nascimento e endereços, e depois passam a solicitar informações bancárias.

4. Mantenha o WhatsApp e os softwares do dispositivo atualizados

As atualizações contêm correções de segurança que corrigem vulnerabilidades (ou exploits) que criminosos usam ativamente para distribuir malware e comprometer seu dispositivo. A maneira mais eficaz de se manter protegido é ativar as atualizações automáticas na Google Play Store, na App Store da Apple e nas configurações principais do sistema do seu celular.

5. Proteja suas configurações de privacidade do WhatsApp

Golpistas costumam começar coletando informações do seu perfil. Limite o que estranhos podem ver ajustando as configurações de público em Configurações › Privacidade.

Aqui, defina as seguintes opções para Meus contatos, em vez de Todos:

• Foto de perfil: impede que números desconhecidos usem sua foto para criar contas falsas ou para roubo de identidade.
• Visto pela última vez e online: oculta seus padrões de atividade, dificultando para que um golpista saiba quando você está online ou crie uma história convincente sobre seus hábitos.
• Sobre: as informações da seção "Sobre" podem revelar detalhes pessoais, portanto restrinja-as aos seus contatos.
• Grupos: esta providência é fundamental. Configurá-los para "Meus Contatos" impede que qualquer pessoa adicione você a um grupo sem sua permissão. Isso evita que golpistas o incluam em grandes grupos fraudulentos criados para golpes com criptomoedas ou investimentos.

6. Habilite a confirmação em duas etapas (PIN)

Adicionar um PIN de seis dígitos impede a invasão da conta, mesmo que um golpista roube seu código de verificação por SMS. Siga estes passos:

1. Acesse Configurações › Conta.
   
2. Toque em Confirmação em duas etapas.
   
3. Toque em Ativar e crie um PIN.
   
4. Em seguida, adicione um endereço de e-mail para o caso de esquecer seu PIN. Insira o código de verificação de seis dígitos enviado para esse e-mail. Toque em Verificar.
   
5. O PIN será solicitado sempre que você registrar o WhatsApp em um novo telefone. O WhatsApp também solicitará seu PIN regularmente como lembrete.

7. Evite clicar em links ou anexos suspeitos

Pressione e segure qualquer URL para revelar o link completo na barra de status do seu navegador e não confie na pré-visualização em miniatura do WhatsApp, que pode ser falsificada por golpistas. Se o domínio real parecer suspeito (erros de ortografia, domínios inesperados), não toque nele.

Na dúvida, você pode copiar o URL para um editor de texto seguro ou usar um expansor de links online para inspecionar o destino real antes de prosseguir. E, no WhatsApp Web, você pode passar o cursor sobre os links e verificar a barra de status no canto inferior esquerdo antes de clicar.

O que fazer se você foi vítima de burla no WhatsApp

Após um golpe, é crucial não entrar em pânico, mas agir rapidamente. Siga os passos abaixo para minimizar os danos.

1. Interrompa imediatamente todas as comunicações

Bloqueie o número do golpista, bem como quaisquer perfis de backup que ele tenha compartilhado. Não discuta; qualquer coisa que você disser fornecerá dados para ele explorar Apenas clique em Menu (⋮) e selecione Bloquear ou Denunciar.

Dica da ExpressVPN: mantenha sua VPN conectada enquanto denuncia o golpista. Isso significa que seu IP real permanecerá oculto, impedindo que o golpista rastreie sua localização, mesmo que continue monitorando seu tráfego.

2. Faça capturas de tela e salve as provas

Faça uma captura de tela ou exporte todo o chat, incluindo mensagens, notas de voz, imagens, números de telefone, comprovantes de transação e URLs. Salve os arquivos em um serviço de armazenamento em nuvem criptografado ou em um pen drive.

3. Denuncie a conta ao WhatsApp

Abra a conversa, toque em Menu (⋮) › Mais › Denunciar e encaminhe pelo menos cinco mensagens recentes quando solicitado.

As denúncias também treinam os filtros do WhatsApp, ajudando a remover golpes semelhantes antes que cheguem a outras pessoas.

4. Notifique as autoridades locais ou a unidade de crimes cibernéticos

Em casos de prejuízo financeiro, muitos bancos e agências de crédito exigem um número de protocolo antes de estornar cobranças fraudulentas. Nos EUA, você pode denunciar o golpe ao Internet Crime Complaint Center (IC3) através do endereço https://ic3.gov. No Reino Unido, entre em contato com a Action Fraud pelo link https://actionfraud.police.uk.

Independentemente do país em que esteja, você pode fazer uma busca online para encontrar as informações relevantes para denunciar às autoridades

Dica da ExpressVPN: certifique-se de que sua VPN esteja conectada ao preencher e enviar esses formulários de denúncia, especialmente em redes Wi-Fi de hotéis ou redes públicas, para que os dados pessoais sejam transmitidos por um túnel criptografado e não possam ser interceptados.

5. Informe seu banco ou instituição financeira

Ligue para o número no verso do seu cartão, explique que você foi vítima de um golpe via WhatsApp e solicite o bloqueio ou o estorno da sua conta. Se você pagou via PayPal, abra uma disputa na Central de Soluções (https://paypal.com/disputes).

Para transferências bancárias, entre em contato com a linha direta de prevenção a fraudes do serviço e solicite a ativação de um alerta de fraude em sua conta para que atividades suspeitas sejam sinalizadas imediatamente.

6. Altere as senhas e habilite a autenticação multifator (MFA)

Priorize as contas de acordo com o impacto que elas causam. Comece com seu e-mail, que é o ponto central de recuperação para tudo o mais; em seguida, proteja seus serviços bancários seguros; siga para o armazenamento em nuvem com documentos pessoais; e, por fim, proteja seus perfis de redes sociais.

Lembre-se de usar senhas ou frases-senha longas e exclusivas e salve-as em um gerenciador de senhas dedicado, como o ExpressVPN Keys.

Você também pode adicionar autenticação de dois fatores baseada em aplicativo (por exemplo, Microsoft Authenticator, Google Authenticator ou Authy) a todas as contas que a oferecem, tornando inútil uma senha roubada.

7. Verifique seu dispositivo em busca de malware

Se você clicou em um link malicioso ou escaneou um QR code suspeito, é possível que seu dispositivo esteja infectado com malware. Para encontrar e remover quaisquer ameaças, use uma ferramenta antivírus confiável para executar uma verificação completa do seu sistema.

8. Denuncie às agências nacionais de proteção do consumidor

Fazer queixa de burla online em bases de dados nacionais ajuda os investigadores a identificar padrões de crimes cibernéticos e obriga as empresas a reforçar as suas medidas antifraude.

• EUA: Federal Trade Commission em https://reportfraud.ftc.gov.
• UE: contate sua Autoridade de Proteção de Dados local.
• Global: encontre os órgãos relevantes em https://consumerinternational.org.

9. Avise seus contatos

Se sua conta foi comprometida, o golpista agora tem acesso a toda a sua lista de contatos. É provável que ele comece a se passar por você para aplicar golpes em seus contatos imediatamente.

Use outro método (como SMS, e-mail ou uma chamada telefônica) para avisar seus contatos principais. Informe-os de que sua conta do WhatsApp foi invadida e peça para que ignorem quaisquer mensagens recebidas a partir dela solicitando dinheiro ou informações.